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Problemas financeiros afetam também vida emocional e familiar
ResponderExcluirA falta de dinheiro pode causar desequilíbrio em todas as áreas da vida
Ester Jacopetti, especial para o iG | 29/04/2011 12:54
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Foto: Getty Images Ampliar
Um baque financeiro afeta mais do que as contas: vida emocional e familiar também pode sofrer
Após trabalhar 37 anos na mesma empresa, o piloto comercial e engenheiro de voo Reinaldo Rene Sbrissa, de 75 anos, perdeu boa parte dos últimos 15 anos de seu salário. “Recolhi uma porcentagem todo mês para um instituto de aposentadoria complementar. Mas a empresa teve uma falência inesperada e levou com ela o instituto de aposentadoria. Minha renda caiu vertiginosamente”.
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A vida de conforto deixou de existir. Sbrissa e sua família tiveram que abrir mão de muita coisa para se adaptar à nova rotina. Ficaram para trás cinema, teatro, restaurantes e passeios. “Tudo custa muito para nós”, afirma. O aposentado teve o apoio da família, mas não escapou da depressão.
Satisfazer nossas necessidades básicas tem, além da função óbvia, um papel simbólico fundamental para a nossa auto-estima. Dependemos não apenas da sobrevivência física, mas da sobrevivência psíquica, cada vez mais ancorada em padrões elevados de consumo. Uma crise financeira pode atingir todas as áreas da vida, em especial a emocional. Apesar de não existirem sintomas específicos ao enfrentar esse tipo de problema, falta de apetite, insônia, dor de cabeça, mal-estar, angústia e isolamento social podem aparecer e até ter relação com o desenvolvimento de um quadro de depressão ou ansiedade.
“O dinheiro ainda é um tema tabu na maior parte das famílias, e frequentemente se torna fonte de conflitos enormes. Ao mesmo tempo em que é tão importante para todo mundo, paradoxalmente, ainda existe uma dificuldade cultural de falar abertamente sobre dinheiro que, para muitos, continua sendo simbolicamente associado a conteúdos negativos”, explica o psiquiatra Ercy José Soar Filho.
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“Tive uma queda muito importante na auto-estima, que me levou a uma depressão. Às vezes ela se aprofunda e me deixa prostrado, mesmo com antidepressivos”, diz o aposentado Sbrissa. “É um processo muito penoso, pois tudo que programamos para nossa velhice de repente desabou”, lamenta o aposentado, que diz que viu muitos de seus amigos, também, ex-funcionários, morrerem após a crise financeira.
Muitos dos problemas emocionais e psicológicos dessas fases mais difíceis são de ordem fenomenológica. “Ou seja, aquela pessoa que abandona o cotidiano, troca o dia pela noite, não dá andamento a nada que se propõe e fazer, elabora planos mirabolantes de retomada da vida produtiva e abandona o vínculo social com a realidade”, explica o psicólogo Wilson Montiel. O estresse também é um dos principais fatores desencadeantes de qualquer transtorno mental, por seu efeito neurotóxico. “Por outro lado, do ponto de vista emocional, qualquer situação que represente risco importante para a estabilidade do indivíduo, tanto física quanto psíquica, é fonte de ansiedade. Assim, as crises financeiras podem representar um importante fator desencadeante de transtornos psiquiátricos”, diz Soar.
Família
Diferentemente de Sbrissa, a crise financeira do professor de Informática e História Jackson Pereira
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