O que a orquestra tem em comum com a empresa?
Papel do líder em ambas as organizações é fundamental, diz consultor
Maria Carolina Nomura, iG São Paulo
14/07/2011 05:58
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Assim como o resultado positivo de uma empresa pode ser mensurado pelo volume de vendas, em uma orquestra, o seu sucesso é consequência da harmonia com que a música foi tocada. Em ambos os casos, o papel do líder – o CEO na empresa e o regente na orquestra – é fundamental.
Foto: Arquivo Pessoal
Eduardo Shinyashiki: Concretização do trabalho só é possível se todos trabalharem em sintonia
"A orquestra, assim como a empresa, tem setores definidos com suas próprias funções e responsabilidades", explica o maestro João Carlos Martins , das orquestras Bachiana Filarmônica e Bachiana Jovem. "Todos funcionam independentemente, mas sob um único comando ou direção."
“A concretização do trabalho só é possível se todos trabalharem em sintonia e cabe ao líder da empresa ou da orquestra conseguir extrair o melhor de cada um para que o saldo final seja bom”, avalia Eduardo Shinyashiki, especialista em desenvolvimento das competências de liderança e preparação de equipes.
Assim como nas empresas o CEO conta com a ajuda de seus vice-presidentes e diretores, o maestro também tem o apoio de seus “spalle” (ombro, em italiano), que são os chefes de cada grupo de instrumentistas, explica Shinyashiki.
Foto: Danilo Chamas / Fotomontagem iG sobre Flickr CC
Cabe ao líder da empresa ou da orquestra conseguir extrair o melhor de cada profissional
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E cada chefe, por sua vez, tem a função de motivar o seu time, fazer com que dêem o seu melhor, com muito treino, muito ensaio, muitas broncas e o devido reconhecimento, acrescenta Andrea Campos, violinista spalla da Orquestra Bachiana. Andrea é também chefe de naipe dos segundos violinos da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo e professora de violino da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp).
“Além disso, é importante que o músico tenha responsabilidade, não chegue atrasado, que tenha disciplina. Não adianta só tocar bem”, acrescenta Andrea.
Individualismo
Shinyashiki concorda e diz que quando um time é composto por profissionais brilhantes, mas individualistas, a exemplo dos galácticos jogadores do Real Madrid, a chance de que não dê certo é muito grande. “São pessoas que pensam apenas no que é melhor para elas, e não para o grupo. Isso não é uma equipe, mas um agrupamento de talentos.”
Para que a estrela de cada um não brilhe isoladamente, cabe, novamente ao gestor – ou ao regente e ao técnico - amansar os egos para mostrar que a vitória, a bela música, as boas vendas dependem unicamente do trabalho em equipe. Nesse sentido, compaixão e companheirismo devem ser palavras de ordem, conclui Shinyashiki.
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